quinta-feira, 6 de maio de 2010

Hora da Criança promove cidadania através de cursos

Por Sara Gomes



Há quatro anos as tardes de Jonathan Barreto, de 7 anos, não são mais as mesmas. O menino que pela manhã estuda em uma escola privada no bairro do Cabula, jura se divertir, também, nas atividades ofertadas pela Organização Não-governamental (Ong) Hora da Criança, localizada no Rio Vermelho. “Eu gosto mais de dança porque a gente aprende novos passos. Agora a pró está ensinando como os mudos fazem para fazer beleza e outras coisas”, conta o menino, entusiasmado.

Com a finalidade de promover, através da arte e em parceria com os pais, uma educação de qualidade voltada para a cidadania, a Hora da Criança proporciona atividades para estudantes com idades entre 5 e 14 anos, das redes pública e privada de ensino, lotadas em Salvador. Atualmente cerca de 300 crianças participam das aulas de dança, teatro, música e artes visuais, além da filarmônica e da orquestra de violino e flautas. Vale lembrar que os cursos são gratuitos para aqueles matriculados em escolas públicas. Já os alunos da rede privada devem pagar uma taxa anual de R$180.

Segundo a presidente da instituição, Josélia Almeida dos Santos, a utilização das linguagens artísticas tem como objetivo desenvolver o olhar das crianças para que sejam cidadãos atraídos pela arte. “Nós não temos pretensão de formar artistas, mas tem surgido muitos talentos. Queremos formar mesmo uma platéia consumidora de arte”, afirma. Ela lembra que o teatro é, entre as atividades ofertadas, o eixo central que congrega as outras linguagens.

Para suprir as demandas específicas dos alunos, a instituição conta com professores designados pelo Estado e Município para a realização das aulas. De acordo com o Artigo 3º da Constituição Federal, é objetivo do Estado “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Vale lembrar que também é papel do Estado garantir o direito à cidadania e a dignidade da pessoa humana.

A professora de dança Cláudia Pinho, de 49 anos, conta que dentro da instituição não há diferença no tratamento entre os alunos. “Eu aprendi muito na Hora da Criança. Aprendi a conviver com crianças de diferentes níveis sociais, já que eu fui professora de escolas particulares. Aqui dentro eu tive que criar um novo estilo para trabalhar com as crianças da periferia”, revela. De acordo com ela, o trabalho é desenvolvido com o intuito de não haver exclusão entre alunos e professores. “Eu tive casos de alunos-problemas que, com o passar do tempo, passaram a auxiliar nas aulas”, conta. A não-exclusão faz parte dos princípios que regem a instituição desde a fundação, em 25 de julho de 1943, pelo professor e jornalista Adroaldo Ribeiro Costa.

Foto: pollyannadonato.wordpress.com/2009/10/


2 comentários:

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  2. MEU ALUNO JONATHAN NÃO SOUBE EXPLICAR BEM O SEU PENSAMENTO, MUITO NATURAL NA SUA POUCA IDADE
    Agora a pró está ensinando como os mudos fazem para fazer beleza e outras coisas”, conta o menino, entusiasmado.

    ENSINO AOS MEUS ALUNOS ALGUNS GESTOS DA DANÇA QUE SÃO EXECUTADOS NAS PANTOMIMAS DOS REPERTÓRIOS DOS BALLETS CLASSICOS MUNDIALMENTE CONHECIDOS. NÃO SÃO OS MUDOS QUE FAZEM ESSES GESTOS, SÃO OS DANÇARINOS E ATORES QUE NARRAM A HISTORIA ATRAVES DE MÍMICAS.
    CLAUDIA PINHO

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