Por Sara Gomes
Além de conversar com a filha de 14 anos, a técnica em enfermagem Elizângela Bonfim Santos gosta de fazer uma “visitinha” à Escola Estadual Dirlene Mendonça, localizada em Mussurunga II, onde a menina estuda. A conversa freqüente com os professores gira em torno das notas, freqüência e comportamento de Juliana Santos Varela, que este ano cursa o nono ano do Ensino Fundamental II. “É muito importante a participação dos pais no processo de aprendizado dos filhos. Além de cobrar e acompanhar o desempenho dela, eu vou lá para cobrar melhorias na qualidade de ensino e de estrutura da escola”. Para ela, a união entre escola e família é importante no desenvolvimento das crianças e adolescentes.
Em muitos casos o que se verifica são professores reclamando da não–participação dos pais na vida escolar dos filhos e pais criticando a forma de educar dos professores. Para a pedagoga e mãe Maria da Glória Rocha, família e escola devem trabalhar em parceria, por serem fundamentais na vida das crianças. “A ausência dos pais dificulta muito o nosso trabalho. Tem que haver uma relação de confiança. Nenhuma das partes pode se ausentar”, afirma. De acordo com ela, o apoio dos pais colabora tanto no aprendizado como no comportamento dos estudantes.
Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), “a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência”. O ECA afirma, ainda, que é direito dos pais participarem do processo pedagógico e da definição das propostas educacionais.
Apesar de ser visto pelos adolescentes como um comportamento “careta”, Juliana sabe a importância da participação da mãe na escola onde estuda. “É um direito dela saber o que está ocorrendo, mas não adianta nada se só for uma mãe. Mais mães devem ir para pressionar e dar um impulso na escola”, afirma.